Inocente Indigente

Qual o valor de uma vida

Será possível mensurar

Se mesmo a oportunidade de nascer

Alguém foi capaz de lhe arrancar

O rosto delicado

Ainda em formação

Dedinhos como pétalas

Desabrochavam pequenas mãos

Tanta coisa pra viver

Um mundo inteiro pra conhecer

Seus olhos mal puderam ver

Quem lhe proporcionaria a dádiva de nascer

Mas o mesmo anjo

Da concepção

Foi o demônio

De sua maldição

Não quis com ele viver

E interrompeu seu coração frágil

Punindo-o por querer bater

Sufocou sua respiração

Bloqueou o seu pulmão

Afogando-o num mar de sangue

Sem volta

Sem redenção

Será que tal ato

É justificável?

Pois nada explica

Um assassinato

Por que tal criatura

Ainda feto abençoado

Carrega a culpa

De uma atitude impensável

O culpado tem no ventre

A prova de um crime

A morte de um inocente

Ainda indigente

Que não tinha a menor noção

Do que lhe acontecia

E conceder perdão

Ele nunca saberia

Larissa Sanchez
Enviado por Larissa Sanchez em 08/12/2008
Reeditado em 11/12/2008
Código do texto: T1325031
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