Grinalda

Sinto falta d'amar te amiga

E o doce toque alvéolo dado

O toque simples e concentrado

De peito leve entregado.

Não foi com espada que fizestes o mundo,

Foi só com terra, semente e água.

A mão calejada da costureira

Com canções de ninar embalava.

Por muito tempo adormeci

Caí no sono mais delicado

Vivi o sonho mais comportado

Sumi deste mundo sem me perder.

Ornaram-te a fronte de grinaldas

Com rosa e branca e alecrim

No centro dela um diamante

Que brilho forte ao teu sorriso.

E cada pétala da grinalda

Caía-te como um conta gotas

E eu tão pueril preparando a próxima

Desprevenida não dei por mim

Caiu a última com tanta dor

O diamante não mais brilhou

Tua mão gentil descalejou

O teu sorriso desfez-se e mim.

E agora vejo, e como vejo

Amar-te amiga doeu em mim

A morte amiga que eu desejo

Desfez-se assim, desfez-se assim.

Doeu amar-te, minha rainha

Princesa sóbria é o que restou

E com amargas salivas minhas

Tão sozinha é como estou.

E agora aqui eu quebro a rima

Pois minha vida não tem mais rima

Sou verso solto sem poema

O poema falhou, a grinalda murchou.

O toque simples aveludado

Em vento frio se rebelou

Vento frio, noite sozinha

Nem a grinalda mais me restou.

Soluço oco, peito oco.

Bate um coração que não quer mais

E tão sozinha é como estou...

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"Mãezinha, se existe céu, então guarda um lugarzinho pra mim, porque eu sei que é pra lá que você iria."

Isabelle La Fleur
Enviado por Isabelle La Fleur em 08/12/2008
Reeditado em 06/01/2009
Código do texto: T1324951
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