BEM QUERER, BEM SORVER

Aos poucos,

cada vez mais teu e amante,

me sinto contigo ardido na pele de uma febre igual;

teus olhos, cabisbaixos, em pudor,

aguardam que as alças da blusa caiam

sem temor dos seios imóveis, cheios de bem-querer.

Aos poucos,

cada vez mais teu e amante,

me sinto contigo respirado em um espaço próprio;

tua boca, sem os lábios da minha,

derretem meus beijos abaixo do umbigo

no êxtase da voz sem clareza, por tanto bem-sorver.