O INDICADOR DE DEUS LAMBIDO
Obscuro
o indicador do céu
anulou meus compromissos
na lembrança dos nomes: água benta;
da união com todas as mulheres: alianças!
Troque de mal com os dedos de sempre
que nos uniu tão desesperadamente
toque que não mais retoco
o teu rosto quente de mormaço
rachando a vidraça das minhas mãos.
Acordada
as raízes do chão
desplantaram a terra fértil
do Glauber, do cinema de olho seco,
do anuncio de choro prevendo água santa!
Trovejou as pálpebras nos olhos-d’água,
despencaram nuvens copiosamente
língue que não mais lambo
as lâmpadas das formigas de asa
que caíram do inferno por tentar voar.
Silenciosa
a pele em febre
não calou o delírio de arder,
falou de boca cheia por desejar
e comeu teus silenciosos beijos curtos.
Não jogaremos mais peteca no escuro
nem o ardor despretensiosamente...
Deus e o Diabo estão acostumados em mim.
O Diabo, doce, derrete a calda de chocolate,
enquanto Deus prova salgando no indicador.