Rumo à Deriva
cheia de contradições,desenfreadas emoções
apenas a realidade avista o bastante
o pranto aprisionado ,tolhido, engasgado
em barcos, floresta lacradas,ondas revoltas
não existem mais flechas ,pontas vermelhas
cupidos afinados que unam pedaços, cirzam cacos
os passos são tão lentos, pensativos ,tensos
reconhecendo a chegada do silêncio vazio
entendendo sempre esta linguagem
esta constante viagem em vertigem que não abandona
mesmo que não seja a hora da chegada
nem o retorto ao porto
que não sabemos se algum dia existiu
mal enxergando o futuro, os tropeços
em sombras, barreiras crescendo
muros virando muralhas
malgrado o fato de estar voltando
me revolto por estar retornando
nesta escalada sem sentido
o passado esquecido,reaquecendo
em frágil pessoa assomada à porta
esqueço o tormento
no único instante
em que penso enxergar o corpo ,ilusões
no soluço reconheço as perdas
que se libertaram entrem brumas e ventos
e na chuva retornam indefinidamente
como fosse um vendaval
encharcando o coração
de lembranças dos dias de outrora ...
07/12/08