Rumo à Deriva

cheia de contradições,desenfreadas emoções

apenas a realidade avista o bastante

o pranto aprisionado ,tolhido, engasgado

em barcos, floresta lacradas,ondas revoltas

não existem mais flechas ,pontas vermelhas

cupidos afinados que unam pedaços, cirzam cacos

os passos são tão lentos, pensativos ,tensos

reconhecendo a chegada do silêncio vazio

entendendo sempre esta linguagem

esta constante viagem em vertigem que não abandona

mesmo que não seja a hora da chegada

nem o retorto ao porto

que não sabemos se algum dia existiu

mal enxergando o futuro, os tropeços

em sombras, barreiras crescendo

muros virando muralhas

malgrado o fato de estar voltando

me revolto por estar retornando

nesta escalada sem sentido

o passado esquecido,reaquecendo

em frágil pessoa assomada à porta

esqueço o tormento

no único instante

em que penso enxergar o corpo ,ilusões

no soluço reconheço as perdas

que se libertaram entrem brumas e ventos

e na chuva retornam indefinidamente

como fosse um vendaval

encharcando o coração

de lembranças dos dias de outrora ...

07/12/08

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 07/12/2008
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