OS BRAÇOS DE VÊNUS
Depois de vagar no espaço,
entre luzes e cometas,
minh’alma se assenta
sobre a crosta do planeta.
Percebo o desfilar
do barro ao cimento,
e dos periódicos elementos,
dos dias de sol
das praias sem vento,
da falta e do excesso de movimento,
de momentos
e de impedimentos.
Rumos guiados
pelo magnetismo,
no mar
que só não é maior
ainda...
Da chuva,
que parece fim,
mas é parte;
de Marte, de súbito,
de Júpiter e Saturno,
dos anéis e seus senhores,
de quartéis e ditadores
voláteis;
dos braços conquistadores
de Vênus,
amputada,
(sangrante)
plastificada.