PRISÃO DOS INOCENTES
O alçapão armado no galho da árvore
Como um ladrão, a espreitar às escondidas.
Os movimentos do belo que se faz em arte
No seu cantar que tantas vezes em seu dialeto
Chegando a falar como é o caso do Bem-te-vi.
Quem nunca ouviu o canto desse pássaro de cores claras?
Parece que no seu inocente canto ele denuncia aquela armadilha
Que com água e ração lá está entre as folhagens
À espera de transformar quem nela cair em prisão.
O alçapão foi no alto erguido por mãos que prendem.
Sim! por mãos que erguem cadeias em árvores.
E prendem aves inocentes que no seu habitat cantam
E seu único crime é saber cantar e ter asas para voar.
11/08/2008
Sonia Barbosa Baptista