A razão da emoção
A Razão, vez em quando me visita,
abro-lhe a porta um pouco resistente,
e a Paixão, amiga que comigo habita,
insiste e fica, atenta, ouvindo a gente.
Senta-se à mesa, a razão, sem cerimônia,
bem no lugar que pertence à Emoção,
vai falando, e assim, sem parcimônia,
me pede que eu não ouça o Coração.
Algumas vezes eu a ouço muito quieta,
prá que termine de vez o seu sermão,
a Emoção vira o rosto, nem se afeta,
juro, eu não sei de que lado ficar, não.
Não falo nada, e fico sempre dividida,
ela é bem séria e eu sei, muito correta,
mas já não posso dividir a minha vida
com a Razão, senão não posso ser poeta.
A Razão, vez em quando me visita,
abro-lhe a porta um pouco resistente,
e a Paixão, amiga que comigo habita,
insiste e fica, atenta, ouvindo a gente.
Senta-se à mesa, a razão, sem cerimônia,
bem no lugar que pertence à Emoção,
vai falando, e assim, sem parcimônia,
me pede que eu não ouça o Coração.
Algumas vezes eu a ouço muito quieta,
prá que termine de vez o seu sermão,
a Emoção vira o rosto, nem se afeta,
juro, eu não sei de que lado ficar, não.
Não falo nada, e fico sempre dividida,
ela é bem séria e eu sei, muito correta,
mas já não posso dividir a minha vida
com a Razão, senão não posso ser poeta.