Sol e Lua
O sol ardente, em fogo se faz
Incandescendo o espaço que o circunda
Emitindo uma luz que é fugaz
E a todo o planeta, ela inunda...
Um raio prateado se insinua
Espalhando-se pelo firmamento
Serena, permanece a Lua
Deixando aflorar seu sentimento
Sol e Lua, cada qual em seu tempo
Reina no espaço que lhe é próprio e natural
Ambos se descobrem em contato desatento
Deixando que aconteça algo muito especial
E como se fosse um ritual
Numa constante, buscam-se irresistivelmente
Um impulso antigo, secular...
No entanto o destino que os espreita, parcial
Sem pudor decidiu irreverente
Que aos dois iria separar!
Não se importou com a tristeza
Que a ambos ele impôs
De modo tão definitivo
Decidiu sem estranheza
Que o encontro poderia vir depois
Caso se tornasse imperativo...
Assim os dois se contentam
Em encontros acidentais
Conforme a vida oferece
No céu ambos se orientam
Junto aos astros siderais
Unindo-se como em prece...
E mesmo em face ao destino
E a incerteza a rondar
Contentam-se sem razão
Ele moleque, menino
Ela que adora brincar
Ambos vibram na emoção
Tão sábia é a Natureza
Em seu curso milenar
Numa lógica toda sua...
Polvilha de encanto e beleza
Na imensidão estrelar
O encontro do Sol e da Lua!