Paredes Cinzas (Relatos do Subterrâneo)
Paredes cinzas rabiscadas de giz
Encenam vidas tombadas no mármore
Abrigam nomes que ningúem diz
Empaladas em raízes secas de árvores
... tortas, silenciosas... mortas
Os pés que pelos corredores passam lentos
Arrastam punição e flores
e no desejo subterrâneo circulam os ventos
vindo da praia distante cheia de dores
... carrega taças de sonhos...
Sono profundo e embalsamado
Escorre rubro no saguão da monotonia
Envelhecido pelo cansaço
vencido pela desarmonia
... e os nomes vão se apagando...