Musa mutante
No teu peito parece haver
Um deserto
E nele me projetas,
Mas como tuas miragens.
No teu sonho
Parece que tu me sonhas
Com vestes que eu não tenho.
Nos teus gritos do silêncio da solidão,
Clamas por mim,
Gritando um nome que não é o meu.
E me amas
Por um homem
Que eu não sou.
Pragmático, te construo tu-mesma, a desejada,
Pois vejo em mim o que em ti não vês;
Por isso, sempre me apareces tão esperada,
E tão distante como se fosse a primeira vez!