Veleiros Fantasmas
Eu não posso mais tocar o céu
Você arrancou minhas asas
E escondeu-se atrás de teu véu
Atirando-me nessas brasas
Eu que te levei ao paraíso
E disse que te amo
E que és tudo que preciso
Perdi-me entre os enganos
E agora chove
Forte e lentamente
E já passou das nove
De novembro a janeiro de repente
Fecho a porta
Acendo uma vela
A chama torta
Na foto passo a vê-la
No porto frio e silencioso
Os veleiros fantasmas saem pra pescar
Num sentimento assombroso
De que nunca irão retornar
E me atiro no mar
Centelhando o fogo da paixão
O mar de sentimentos pra apagar
Cintilando os poderes da solidão
E naufrago quieto
Engolindo cada onda
Tentando gritar em silêncio
Que eu sou contra
Qualquer morte de sentimento...