Munique

Aos dramáticos acontecimentos dos Jogos Olímpicos de 1972 e à vingança terrível que se seguiu.

Vitimas reais foi quem morreu e quem teve que matar ideologicamente, mas em nome de quê? Que Deus, que política merece uma vida?

MUNIQUE

Sangue derramado

É sangue da treva

Nova aventurança

É sangue que pede vingança

Munique

Laços desse mesmo sangue

Que se queriam sagrados

Irmãos separados à nascença

Que com o tempo, com o tempo…

Se tornaram odiados

Munique

Bons homens

Bons pais

Exemplares amigos

Excelentes filhos

Vestiram-se de sombras

Para matar o inimigo

Munique

Que afinal não era tão diferente deles

Dos seus ideais

Estavam apenas do outro lado

E por isso se tornaram bestiais

Munique

Fera gera fera

Ódio supostamente divino

Ajuste de contas celestial

Mentiras, demasiadas mentiras

Elas sim o espelho do mal

Munique

Porque a paz

Deveria ir de Nova-York

Ao Islão

Verdadeira lei universal

De tempos que jamais virão

Munique

Não somos nós afinal

Meros seres humanos

Supostamente alguém racional

Digam-me pois a razão

De sermos o pior animal?

Munique

Que mata em nome de nada

Porque a política e a religião

São apenas isso, nada

Porque a vida, essa sim é uma bênção

Quem define os alvos

Quem pensa a estratégia

É que devia desaparecer

Pois a sua existência

Essa sim é uma tragédia

Com que a humanidade

Tem de sempre pactuar

Pois eles são os nossos religiosos

Os nossos reis, políticos

E demais pandilha

Que não deveria mandar

Em coisa nenhuma

A não ser em si próprios

E deixar o resto de nós

Entregues ao seu próprio andar

Que nos levaria certamente

A um mais belo futuro

Libertos desses arautos negros

E de tudo o que deles vem

Tudo deles signifique

Para que não se repitam dias tristes

Para que a luz nos ilumine

Munique

Poema protegido pelos Direitos do Autor