Duas horas sem pausa.
O coração está doendo
E a alma está machucada
Eu estou aqui escrevendo
Mas a mente desconcentrada.
Eu penso de tudo um pouco
E ao mesmo tempo em nada
Cheguei a pensar que estou louco
E até em desistir da jornada.
Mas eu acredito na semente
Que ora estou semeando
Em uma cabeça adolescente
Que a sonhar vive voando.
E tudo o que a razão fala
Entra num ouvido e sai no outro
Mas quando me ouve se cala
Então porque esse desencontro.
Eu só prego o que convem
Ao seu futuro bem estar
Não tem nada indo alem
Da sagrada intenção de educar.
Conservando a mente sombria
Perante o que é só verdade
Mas eu creio que é covardia
Tentar fugir da realidade.
Sem imaginar que a juventude
Vai se escoar entre seus dedos
Quero deixar claro que eu fiz o que pude
E do desfecho eu não vou ter medos.
Sem cacife ou competencia
Me enfrentando de ombro a ombro
E sem medir a concequencia
Ou a intensidade de um escombro.
Se a lógica for a questão
É claro que eu vou partir primeiro
Mas pretendo qua a minha missão
Seja cumprida a risca e por inteiro.
A minha bronca maior
É a maldita teimosia
Se ter razão é melhor
Porque na falta dela confia?
Ser jovem não é defeito
Mas acredite a burrice cega
E sem respeitar lei ou direito
Numa causa imbecil se apega.
Bom conselho sendo desprezado
E nem ouvi-lo se quer
Não tem noção que o aprendizado
Cabe em qualquer lugar que estiver.
Falei duas horas sem pausa
Pra pelo menos uma frase ouvir
Porque jovem,rebelde sem causa
Tem como primordial insistir.