Ela chega assim,
de mansinho
trazendo no ar um cheiro de vento
trazendo no vento um gosto de flor
Ela sempre chega assim,
devagarinho
com claves, sustenidos, violinos,
oboés, flautas, cordas vocais
e, como mutante, já não é como chegou
vai se mostrando como moça bonita.
vai alternando como ecos em montanhas
vai chegando em ária, em profusão,
como areia do mar, em arte, em allegro
ela chega assim,
como nuvem de clarins no éter,
suave pluma que silencia lábios,
que acaricia o ser, que alicia ouvidos
chega quando o sol se vai,
durante o amarelo do dia,
chega na cidade, no palco, na noite,
na matinha, na rua, na matina,
conforta, preenche, transcende,
assim é a divina música,
assim é a música divina.
Yara Lima Oliveira
Professora, Administradora, Escritora, Poeta, Artesã em Topiaria.
Feira de Santana - Bahia
(poema vencedor do CD)
No site ECOSDAPOESIA