A dor de um homem
Abriram-se uma as portas do inferno
Conseguiram roubar a única riqueza de um homem
Uma riqueza que não se compara a riqueza alguma
Que vale mais do que o ouro e a prata...
Este homem, no entanto,
Vaga como uma folha seca no outono
Não consegue aceitar este fato, está fora de si
Chora, se martiriza, grita...
Podem crer que o que ele não faz é sorrir
Pobre homem...
Que ser cruel faria uma coisa parecida?
Ninguém quer passar por tal situação assim
A única razão da sua sobrevivência
É o amor por seus dois pupilos,
Aquilo que lhe permitiu viver até aqui
O pobre homem pensa até em fazer loucura
Pensa em tirar a própria vida
Diz ele, que é por causa dessa enorme ferida
Pois o terrível tempo não cura
A saudade bate em seu machucado coração
O pobre homem não agüenta
A lágrima que cai é de um pranto de emoção
É da lembrança dos seus filhos que ele se alimenta
Agora perdido e sem escolhas,
O homem põe-se a brincar com a morte
Chorando pela perda da sua riqueza
Já não acredita que o mundo possa dar voltas
Mas, acredita que um milagre contaria mais do que a própria sorte.