Sem trem de pouso.

Um dia voei

Tive dificuldade para apear

Passei bem rente ao chão

retomei subindo o mais alto

Até sentir a ponta do nariz queimar

O calor do sol que ardia

iluminou minha vistas

pude ver toda amplidão desta terra prometida

na hora

feito caldo de cana

fechei os olhos na descida

senti os beijos do vento

o conforto de uma cama

me disse coisas de amor

caçoava do meu semblante de bobo

vou pousar

posso?

vejo meu campo de decolagem

estranho ser uma gruta

o teto refletia nossos corpos

desci do céu

Recebi um sorriso seu

As mãos apertavam meu rosto

Dando as coordenadas para uma nova decolagem

Os olhos cantavam

É amor de verdade...

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 30/03/2006
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