ERMO DA ALMA

ERMO DA ALMA

Paulo Gondim

28/11/2008

Do nada, vi surgirem gritos

Ecos surdos na imensidão

Ermo da alma, ausência de calma

Feridas mórbidas de uma paixão

O chamado da morte se avizinha

Na sua voz rouca de terror

Gemidos soam pela noite afora

E o céu se enche de pavor

Notícias tristes que se espalham

Em remessas sórdidas do além

Doses inócuas de frio desalento

Cartas que ficam, outras que não vêm

E de um vale escuro e tenebroso

O escarro fúnebre já se faz ouvir

No beijo fatal, último e derradeiro

Da criatura feia que se faz sentir

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 28/11/2008
Reeditado em 29/11/2008
Código do texto: T1307766
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