CONVENCIMENTO
Eu te esperei com flores que não viste à mão,
pois estas rosas trago-as no meu coração.
E, cheio de esperanças, disse do meu bem,
ansioso para ouvir de ti, assim, também.
Na fronte as ilusões, o peito conflitado,
eu li sentenças vãs no teu olhar cismado.
Apologia tu fizeste da moral,
censurando o que fiz, eu, quem não te quer mal.
Mas tenho sobre os teus receios opinião:
acho que tu, também, me tens certa paixão.
Nesta constatação, tão assim de momento,
tu vais ter vez de rir do meu convencimento.
Tu dizes “não e não”, porque moral antiga,
mais forte que teu bem, teu ser ainda abriga.
Liberta-te do teu pejo e do teu ar de siso,
que é bom que dês ouvidos ao teu sempre amigo.
Fort., 27/11/2008