Abandono
Sofrer as dores e o transtorno
Nestas noites solitárias e frias,
De névoas um tanto sombrias
Como as de um reino sem dono.
E não chega nunca o meu sono
Para trazer-me suas vãs alegrias,
Tirando do meu peito as agonias
Que sinto em noites de abandono.
E vivo assim o meus martírios,
Entre as dores destes meus delírios
Na escuridão triste e sem calma,
O mundo se fez imenso, agigantado,
Curvado sob o peso do meu pecado,
Sem forças, sinto perecer minha alma.