Fio da meada

O meio fio da navalha

Cortou o fio da meada

Se juntou então agora espalha

Revirou e desvirou na noite da virada

Quem viu não entendeu nada

Quem errou nunca vê a falha.

Se calhar não dá em nada

Se revirar no fim estraga

Jogaram o que havia debaixo do tapete na privada

E deram descarga.

Perdi o fim da meada

Perdi o fim do mundo

Construí a própria estrada

E ainda errei o caminho e fui parar no fundo

Da fossa, da bossa, me coça as costas

Me joga pra fora do alcance do fio da navalha

Que corta o fio da meada bem no meio da estrada.

Se calhar não dá em nada

Peça pra que alguém traga

Um pandeiro e um violão

Pra tentar musicar essa poesia que se calhar vira uma canção.

25/11/08

Miguel Rodrigues
Enviado por Miguel Rodrigues em 26/11/2008
Código do texto: T1304314
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.