Samba à Vossa Liberdade

Plantaste tua Liberdade

Às margens de um rio

Qual eu fiz questão de cultivar

Do jeito mais sadio,

Tocava samba de Cartola

E perguntava o que seria

Quando viesse a colheita

Se não houvesse a melodia

Visitava todos os dias

O rio a fim de regar-te

Com a água mais pura

Que no caminho encontrasse

Caía-me suor, vezes sangue

Mas meu sorriso, jamais caia

E foram das gotas que me caíram

Que vi, então, o que nascia

Um Amor que adubava

Teus desejos de mulher

Tua Liberdade, que eu cuidava

Sempre pronto ao que vier

Agora então eram duas vidas

E eu regava de amor por nós

Mas o malandro fez-se deserto

E arrancou-me a voz

Por mais que o amor emanasse

Não se canta um samba rouco

Remédio à minha voz era amar-te

E de amar-te fiquei louco...