Longo dia...

Longo dia

Dia de dias distantes

Fartando-me de nada fazer

Olhando o fundo do vazio

Com apenas um pouco de música

Ainda tocando no rádio

Lendo aquele velho safado

Sendo um pouco safado

Com as poucas histórias que me tragam a cabeça

Pensando na sua fartura

E nada aqui comigo agora

Gun’s in Roses tocando

Eu tocando algumas letras

É o que resta neste longo dia

Tão longo que mal passa a hora

Só o frio fica rondando rápido

Minha boca está seca de novo

Outro trago no cigarro

Nem sei quantos mais

Sempre com fome, pode dizer

É o que tem sempre à mão

Não sabe o quanto faz falta

Quando nada se tem

E pouco se espera pra ter

Aliás esperar é a única coisa que sobra

Fica-se com as sobras, sempre

Sobras de idéias, de vida

De espaço, de atenção,

Só o silêncio é enorme

Chutando os culhões com força

Batendo na cara todos os dias

Batendo como se bate com gosto

E o desgosto amargo fica como sobra

Sim, é amargo ao ponto

Sangrando boca adentro, feito úlceras

Aí, tudo é apenas uma questão de sonhos ...

Outro cigarro, mais uma dose,

O saco bem cheio de tanta pancada

Como diz o velho, solidão é mesmo uma sina

Algo para se carregar enquanto as pernas ainda estão em movimento

Enquanto ainda se está respirando

Não, não estou desistindo

Isso é para os fracos & imbecis

Aqui é de uma lavra diferente

O caminho continua muito vivo

E a Ilha continua lá...

Mas ela ainda persiste em rondar

Com suas garras no meu pescoço

Sempre encontramos um tempo para cada coisa

E isso é o que conta agora.

Peixão89

Santo André-SP-Brasil

Peixão
Enviado por Peixão em 25/04/2005
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