O Vôo de Ícaro

Condenado a vagar perdido

Pelos corredores do indecifrável labirinto

Entre as paredes frias

Tendo a morte como vizinho

A sombra de seu pai, o ofuscando e cobrindo

Ele cresceu, ele era Ícaro

Um rapaz com alma de anjo

O fogo ardia nele, violentamente, manso

O vento sussurrava

A liberdade do ar etéreo

As asas abertas, os braços abertos, os olhos fechados

Num vôo leve, breve e eterno

O sol queimava, o sal queimava

Suas asas derreteram, seu corpo engolido pelas águas

Um salto para a luz, uma queda para as trevas

Uma fuga para o céu, um retorno para a terra

Mais um anjo caído, mais um sonho perdido

Com lágrimas nos olhos, nos lábios um sorriso

O Destino, o Infinito, o Abismo

O Vôo de Ícaro

O Delírio, o Invisível, o Vazio

O Vôo de Ícaro

A Estrela Cadente, a Paixão Ardente,

O Impossível...

O Vôo de Ícaro

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 24/11/2008
Código do texto: T1301539