O Vôo de Ícaro
Condenado a vagar perdido
Pelos corredores do indecifrável labirinto
Entre as paredes frias
Tendo a morte como vizinho
A sombra de seu pai, o ofuscando e cobrindo
Ele cresceu, ele era Ícaro
Um rapaz com alma de anjo
O fogo ardia nele, violentamente, manso
O vento sussurrava
A liberdade do ar etéreo
As asas abertas, os braços abertos, os olhos fechados
Num vôo leve, breve e eterno
O sol queimava, o sal queimava
Suas asas derreteram, seu corpo engolido pelas águas
Um salto para a luz, uma queda para as trevas
Uma fuga para o céu, um retorno para a terra
Mais um anjo caído, mais um sonho perdido
Com lágrimas nos olhos, nos lábios um sorriso
O Destino, o Infinito, o Abismo
O Vôo de Ícaro
O Delírio, o Invisível, o Vazio
O Vôo de Ícaro
A Estrela Cadente, a Paixão Ardente,
O Impossível...
O Vôo de Ícaro