Não se despeça
Ontem chorei de saudades...
Com medo... Medo do chão escuro da casa fria em que me encontro.
Quero estar sentada em uma poltrona quando abrires a aporta...
Não quero permitir que os entorpecentes me atirem contra a minha imagem refletida pelas lajotas...
Quando fores entrar, amor, abra a porta devagar...
Não faça barulho,
Não assuste a minha alma...
Ela ainda estará aqui...
Quando me beijares...
Ah! Quando me beijares seja breve,
Me permitas respirar fundo
E sentir um pouco da tua presença...
Quando partires novamente
(Sei que se aproxima a hora ingrata),
Não se despeça, amor,
Ainda estarás guardado em meu lábio.
Lívia Noronha.
Belém, 23 de novembro de 2008
Ao Mário Jorge Jardim