REMEXENDO O BAÚ
Bateu-me uma doce saudade.
E meu baú de recordações, fui abrindo.
Intacto e arrumado, encontrei.
Tudo como um dia guardei.
Vasculhei minhas lembranças, deparei-me
com meu passado.
Sonhos, alegrias, lágrimas, saudades, desilusões.
Amores vividos, planos interrompidos.
Percebi que meu coração ainda doía como antes.
Sob a cicatriz, o corte ainda ardia.
Foi como tocar a ferida, fazendo-a sangrar novamente.
Remexendo lentamente, fui encontrando minha vida.
Fotos, cartas com fitas atadas, flores secas, mais
ainda perfumadas.
Veio-me à memória uma enxurrada de pensamentos.
Foi como encontrar você, encoberto por um leve
véu transparente.
Toquei-te docemente, parecia-me ser real.
Mas foi por um breve momento, o sonho se desfez.
Entre devaneios e a realidade, baixinho solucei
abraçada aos sonhos meus.
Chorei... por todas as perdas.
Chorei ... por nós.
Chorei ... por mim mesma.
Ah! Como chorei...!!!
SP/04/2008*