O corpo e a adaga
O coração se aflige
e perde o estribilho.
O olhar não finge,
... fica sem brilho.
Perco completamente o rumo,
já nem sei se esse é meu céu
ou meu eterno inferno.
O mais doce mel
ou meu veneno terno.
A melancolia entra em cena,
a alma fica pequena.
A segurança vai embora,
não são só os olhos, mas,
todo corpo que chora.
Pelos poros brotam lagrimas,
que inundam o nada
e afogam as risadas.
Fico só no meio dessa estrada.
Um coração mal tratado,
... mal amado,
presa fácil pra tristeza,
se entrega sem luta,
perde a paz e toda certeza,
cai ao chão feito fruta.
Fica ali parado, gelado...
esperando só o momento
de finalmente ser congelado
e acabar todo o sofrimento.
A luz que brilhava intensa
se dissipa... e se apaga
fica na escuridão imensa
... o corpo e a adaga.
Drica de Assis
23 de novembro de 2008.