Estava eu absorto e totalmente envolvido em meus pensamentos tentando uma forma de ganhar dinheiro sem me esforçar, quando uma idéia de meus pensamentos saltou, foi num repente e sem delongar fui dando asas a imaginação deste meu pensar. Criei um personagem muito forte, quase animal, que me susteria em meio às batalhas e lutas que teria, eu mesmo não queria meus músculos esforçar, pensei comigo mesmo, “eu o criei tudo o mais ele fará”. Quanto engano este meu pensar sucedeu, pois muita força e esforço eu tive de fazer para finalmente este personagem eu mesmo suster, era forte com certeza, mas toda sua força só de mim ela saia. Por vezes sentia-me fraco e com certeza eu dormia, e neste meio tempo nem eu mesmo sabia por onde meu personagem vagaria. Quantas lutas, batalhas travaria, e sem mim o que deste personagem sucederia, não sou onisciente, onipotente, mal, mal tinha poder sobre o que eu escrevia, fiquei atordoado por um breve momento afinal, pensei eu em folgar e acabei por me tornar um escravo de um trabalho onde eu mesmo era o patrão, exigente, ditador nem mesmo me dava o perdão, conclui finalmente que o escritor não é Deus, mas seus personagens são tão humanos quanto eu. Mas Aquele que me “inventou” trabalha por mim e por você, não descansa, não dormita, não se enfraquece como nós pobres mortais, por vezes imortalizados por alguma academia, onde cada um imortalizado apesar de tudo, para tristeza do personagem criado que juntamente a eles também feneceria. Diferente de mim que hei de descansar, mas o meu Autor e Criador este jamais passara.