Sombrinhas!

Vazou olhando a chuva

Cada gota expiava a fumaça

Que a rua produzia agora

Depois de uma tarde cheia de Sol

A mão ajudava o limpador quebrado

Tocar para os lados a água excedente

Coberturas gotejando, novas brisas,

Aqui e ali tremores de nuvens

Em outros, só faltaram vir os baldes,

De tanto que descia, descia, descia,...

Caos em todas as vias

Outro alarme disparando na garagem

A luz da rua foi para o espaço

Voltou depois de alguns segundos

Esmaecida pelos clarões que espocavam

Tão seguidos como se agora quisessem

Virar a noite com o dia seguinte

De lavada a Lua escondida

Apenas olhava o intenso movimento

Que falta que faz um bom tinto

Para ir saboreando o cheiro da chuva

The Doors tocando ao lado, chuva...

Tão grossa e refrescante, quanta água...

O silêncio da rua quebrado nas batidas

Que cada gota toca a cada momento

Faróis se ludibriando no cinza noturno

Cigarro deixado, queimando sozinho...

Água gelada em goles, outro relâmpago...

O cano jorra o excesso da cobertura

Mais um gole, ainda pensando no tinto...

O cheiro de mulher que está faltando

Um leve sorriso salta nesse silêncio...

Só, entre latas, esperando a hora passar,

Por que a chuva,... Ah! Essa vai demorar!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 28/03/2006
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