Teorema Obtuso do Dia
O sol fecha os olhos indiscretos
Bate a porta na cara do dia
Desmaia a noite nos
braços da fria melancolia
Chora o sonho no
colo da agonia
Oh! que vida sem cores
e sem alegria!
Gargalha histérica a ironia
diante da maldita cruz
da hipocrisia
Carnívoras flores fenecem
nas ruas sujas de fantasias
Medo de beijar a boca do amor
De acordar a dor
Do açoite ingrato das horas
De ver a felicidade ir embora
antes do nascer da aurora
De cruzar os obtusos teoremas do dia
Sem bússola e sem sintonia
Por não entender
nem o lado profano da vida