Poema 0249 - Penúltimo encontro

Pareço inocente quando entre tuas mãos,

no teu beijo roubado a força do meu desejo,

preciso destes teus excessos que transbordam,

das loucuras que teus olhos mostram,

das ternuras impostas ao meu corpo libertino.

Creio no teu choro, mesmo fingindo com lágrimas,

nos pedidos que mal ouço e já os realizo,

quero os escondidos das tuas entradas,

liberto entre pêlos molhados de tesão, te tomo,

sou ladrão de tua fome, provedor da tua sede.

Banharei teu corpo mais vezes com minha luxúria,

deixarei meu leito livre, pronto para o amor...

o quarto iluminaremos com luzes dos êxtases,

abençoaremos nossa pouca inocência nas noites,

impuros, celebraremos alguma união, dos corpos talvez.

Reconheço que não temos censuras, admito,

gosto do galope do teu corpo em plena madrugada,

o tempo sem espaço, sem nãos, só permissões,

cancelo todos os sonhos passados, viro presente,

posso ser a cura, o desejo que jamais teme ao gozo.

Permite-me banhar nossos corpos mais esta noite,

quero untar minha alma com a paixão que oferece,

peço que brilhes, ilumines meu espírito com o bem,

quero lentamente te mostrar amor, o meu amor.

até que o silêncio deste penúltimo encontro nos abrace.

30/04/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 25/04/2005
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