Vida e paz
Falar do tempo ou do que ainda não vivi,
sonhar novo novembro sem sombras,
ser eterna na memória que nasci
ou vagar no nada que assombra.
Duetar sentimentos partilhando a vida,
tanger as histórias que tão só escrevi,
ser a escolha e também a escolhida
na roda que gira mostrando o que vi.
Buscar pela paz nas correntes de um rio
e tornar ao fogo purificando a matriz,
rompante criatura em navalha ao fio
advindo das cinzas em pueril aprendiz.
Esvaem-se as areias registrando minha hora,
desenham no horizonte colunas deformes,
entre luzes e sombras nada além do agora,
vida buscando paz na roda que gira uniforme.