Capítulos

A nossa vida se você for perceber

ela é tão bela que só Deus nosso pai

é quem pode de fazer.

Analisando desde quando a gente nasce

e por tudo que se passa é difícil de entender.

Mas, aqui, vou tentar dar uma resumida para

a gente compreender porque foi assim que

Deus fez a nossa vida.

Logo na nossa formação, foram nove meses de espera.

O tempo é contado dedo a dedo, depois, são só flôres

e alegria como se fosse primavera.

Já estou crescido e do ninho quero voar.

Minha mãe proíbe dizendo que sou pequeno

e que posso me machucar.

Consegue me convencer, pois, tenho um caminho enorme

pela frente e muito chão para percorrer.

Esperei o momento certo para novos mundos, desse mesmo

mundo enfrentar, mas quando percebi

estava longe do meu ninho e ninguém mais ouvi.

Não sou criança e nem tomo mais mamadeira.

Já sei o que faço, ando por todo lado, distante ou perto.

Sei onde piso e separo o errado do certo.

Escolas, a primeira namorada, em casa chegando cedo

com o fim da madrugada.

O dia já clareando e os galos dando o sinal.

Chego dizendo bom dia para outras pessoas

mas sabendo que tudo poderá se dar mal.

A infância está indo embora sem eu perceber.

Entro na adolescência com o um grito de independência.

Sinto-me o dono da verdade.

Molhado com a ilusão da vida como se fosse a realidade.

Nova fase vem e a outra está indo embora.

Só que não me disse como, não me mostrou o dia, o minuto

e muito mesmo a hora.

Voei do meu ninho em busca de nova vida.

Deparei com outras pessoas que ao invés

de remédio, não se importaram com a minha ferida.

Cada um para si para enfrentar a concorrência.

Foram nessas horas que lembrei do meu paraiso

e o grito ilusório da minha independência.

Cheguei diante do espelho e sem perceber

vi as primeiras tintas pingadas aqui e ali.

Conversei comigo:

-Meu Deus, eu nunca percebi.

A campainha toca, é o final de semana.

Estou cansado não vou sair de casa.

Prefiro ficar deitado na minha cama.

Essa foi a primeira vez que sair recusei.

Saíram, foram embora sem eu perceber.

Disseram para eu aproveitar a vida porque a gente não sabe

em que dia podemos morrer.

Era mais uma fase da minha vida que estava indo e chegando ao seu final.

Igual a quarta feira de cinzas que é marcada pelo fim do carnaval.

A outra fase já está no corredor para porta a dentro entrar

sem ser convidada e pouco importando se seria bem recebida ou

mal tratada.

Mesmo com os cabelos brancos

uso diariamente as minhas ferramentas.

Subo as escadas sem ainda me cansar.

É o dia dia do trabalho, pois, tenho às minhas contas para pagar.

Toca o despertador, viro de um lado para o outro e não ouvi.

O sol bate em meu rosto, não acredito que a hora perdi.

Estou ouvindo mal, admito e como um pouco de tontura.

A velhice se aproxima e eu, já sou outra criatura.

Sózinho, dou entrada nos papéis.

Procuro os meus direitos por tudo que recolhi.

Quero a minha aposentadoria, pois, sou merecedor.

Paguei todos os meus tributos e para o governo,

não devo nenhum favor.

Outra fase começa e ela vem em disparada.

Abro a porta da sala, coloco a cadeira na calçada,

escolho o melhor livro e ali passo horas sózinho sem dizer nada.

No outro dia não tenho mais disposição.

Apenas fico na janela debruçado vendo as pessoas se cruzando,

conversando, como se estivessem a passeio.

Umas a caminho do serviço e outras do recreio.

Não entendo como podem ser sim

Umas perguntam como estou.

Outras, sequer olham para mim.

Estou velho e acabado eu bem sei.

Só que Deus eu agradeço por ter me dado muita força

na hora que mais precisei.

Olho para a minha cama e sei que ela me chama

e esse dia vai chegar.

Sei também que ficaremos juntos, mas, essa data marcada

eu ainda não sei de nada, pois, só Deus é que pode revelar.