Minha mão

Na tua pele a minha mão vai como um navio

que sem tormenta corresse o risco de naufragar

e os meus lábios são beduínos num deserto entre dunas

e os meus olhos lobos famintos pelos montes

estrelas do firmamento os teus sinais

e os teus mamilos são ilhas

e a tua pele assim tão nua

e por mim já tantas vezes desvendada

parece que a vejo sempre pela primeira vez

cobre o teu corpo como o céu as estrelas

e vai a minha mão pelo meio delas

como um cometa errante

como mão de perfumista

macerando pétalas de rosa

ou mão de guitarrista pelas cordas

com dedos de carne e fogo

arrancando sons de uma guitarra

Aramis
Enviado por Aramis em 20/11/2008
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