Minha mão
Na tua pele a minha mão vai como um navio
que sem tormenta corresse o risco de naufragar
e os meus lábios são beduínos num deserto entre dunas
e os meus olhos lobos famintos pelos montes
estrelas do firmamento os teus sinais
e os teus mamilos são ilhas
e a tua pele assim tão nua
e por mim já tantas vezes desvendada
parece que a vejo sempre pela primeira vez
cobre o teu corpo como o céu as estrelas
e vai a minha mão pelo meio delas
como um cometa errante
como mão de perfumista
macerando pétalas de rosa
ou mão de guitarrista pelas cordas
com dedos de carne e fogo
arrancando sons de uma guitarra