Sobre lençóis sob sonhos. E algumas notas sobre Nat King Cole.
Não há inspiração, essas folhas mortas que o vento balança/brancas verdes o que importa/se Miles está acabando/talvez um Coltrane agora/mas só encontro King Cole/entre um malboro azul e o resto de um vermelho/das rosas que deixei morrer sem cuidado/que eu deveria dar a mim mesma, porque não?/Baby, I don't cry over you./Me despedaço nas ignorãças e sobre o nada/Sorrio para Manuel de Barros mas ele nem sabe/ desse meu sorriso meio amarelado amargo que nasceu para ele/ e agora eu sei que/na minha voz morre um outono/ nasce um inverno/ dentro dos meus abraços/ que destroem a primavera/ volto a falar das rosas que morreram porque eu esqueci que elas existiam/ porque sim/ eu queria esquecer que as vezes existo/mas o que há de errado em querer não existir?/Existir apenas nos lençóis, esparramada pela cama/ acordada por beatles, pelo amor/ pela ilógica teoria antopocêntrica/ porque o homem não é o centro de tudo/ (talvez ele seja e porque não seria?)/ é o capitalismo, que rasga o que há de belo/como os dias ensolarados/que prefiro os de hoje,nublados/ que passo presa/ pelo dinheiro que escorre fácil por todas as mão consumistas/ que deveriam cair, ou ser mutiladas/ I don't want to see tomorrow/ Tomorrow never knows/ Queria tão somente/ e até desesperadamente/ continuar na cama entre os lençóis e todas/ as lembranças que terei com você/But listen to the colour of your dreams/(e eu vou escutar a sua voz que colore o meu dia)/ Porque não é tão fácil assim/ simplesmente esquecer que eu existo para o mundo/ e existir apenas para você e para os meus lençóis?