O óbvio
Eu sou um idiota
que quando sai a andar
tropeça em suas próprias palavras
E não pede ajuda pra se levantar
Eu sou um idiota
que quando solitário
Fere a si mesmo e sente a dor
Um pobre ordinário
Eu sou um idiota
Que também fere os demais
sente a dor em si mesmo
A meu ver só uma a mais
Eu sou um idiota
que fala coisas sem sentido
Que não conhece a ignota
face de um ser desconhecido
Eu sou um idiota
que não sabe o que faz
Não busca aprender
Não se sente capaz
Eu sou um idiota
que não sabe o que diz
Não se sente professor
Talvez mero aprendiz
Eu sou um idiota
que quando algo conhece
esquece de quem é
e erroneamente padece
Eu sou um idiota
que talvez se mostre solidário
Ame quando precise
E odeie quando necessário
Eu sou um idiota
que é seu próprio juiz
Que aceite a morte
ou escape por um triz.
Isso tudo é música
Que antecipa a próxima nota
Afinal, quem sou eu?
Eu sou um idiota.