Vestigios...
Trancafiada, mais protegida,
Acha-se minha alma.
Encarcerada, escondida,
Das mazelas dessa vida,
Tolerante e conformada.
Achava comum ser escrava,
Do medo acorrentada.
Presa que estava,
Na torre da realidade,
Prisioneira da razão,
Sem permitir liberdade ao meu coração.
Como algoz de mim mesma.
Olhando a fogueira do Olimpo,
Fagulhas queimaram meu corpo,
E eu gritava,mais não era dor,
O que me dilacerava o ser,
Era querer viver um grande amor.
Enfim, de meus desejos contidos, escrava.
Liberta fui por tuas palavras,
Por tua pena,
Por tuas descritas cenas...
Excitada e apaixonada.
Condenada estou como Prometeu,
Ao martírio eterno dos abutres.
Que por meus fracassados sonhos,
Se faz representar.
Mais sem medo nenhum,
Valeu a máxima pena pelo texto lido,
A pena foi eternizada...
Teu fogo roubei das linhas,
E doando para minhas próprias,
Com a certeza de quem incendeia mentes e corpos,
De homens, quem sabe mulheres,
Não limites para o fogo da paixão.
Meu poeta sonhador,
Libertou-me dos grilhões do preconceito,
E hoje, alisando meu corpo em frente ao espelho,
Liberto o desejo e me levo à loucura,
Pensando em você...
A resposta a tuas imagens,
Divinas e deliciosas bobagens.
Sucumbo ofegante as lágrimas,
E refaço as linhas com rios de larvas,
Que correm do meu corpo excitado e apaixonado.
Vulva encharcada,
De desejo e saudades,
Faço amor comigo,
Me imaginando contigo.