BALADA DA ALVORADA
BALADA DA ALVORADA
Assim que abri o janelão
de vidro, aroma de pão novo,
montado no cavalinho azul
da brisa, adentrou a sala
de minha casa.
Alguns galos cantavam
em coro, ébrios de alvorada.
O bambuzal, ao sopé
do morro, ensaiava
seu balé diário.
Ainda sonolento,
fechei o janelão
(a noite já se despedia)
e voltei pra cama,
tocado pelo lábio
hábil da poesia.