O CIÚME

Num silêncio ele surge imponente...

Sentimento nefasto e assaz irreal.

Na sombra deste clamor indiferente,

A visível face despudorada do mal.

Um prazer devasso e excludente...

A frágil demonstração da fantasia.

Expoente da intenção, o demente...

Desfaz o elo e se basta da ironia.

Inevitável desconfiança apreensiva...

Símbolo da falsa e insana adoração.

Invejada alternância de uma vida...

Qual inconsolável força da razão.

Irracional momento da irrealidade...

Amor e ódio, falta do bom senso.

Intrigante traduz-se na infelicidade,

Refém astuto e inimigo do consenso.

Este ciúme fatal é mesmo doentio!

Pirapora/MG, 18 de novembro de 2008.