Amor de Aquiles

Não sei ao certo se o amor insiste

evadir-se em formas vis de elucubrar.

Invadindo infindo o cerne do pensar

que de pensar, tão logo ao sentir, resiste.

Nem sei ao menos se ele mesmo existe

ou consiste em ópio, pra ludibriar.

Tendo no objeto, um alvo a se alcançar,

ama "objetivo" e sendo assim, desiste.

Mas sei, de certo, que por mais que aviste

do coração de Aquiles, justo o calcanhar.

No olhar - ponta de seta - desse verbo amar,

dum ponto ao outro, dos "fins", equidiste.

Talvez alhures, sem o dedo em riste

persiste, quando a forma deixa estar.

Abnegando à fôrma, pra se transformar

apascentado ao fluxo, ele vem e assiste.