DAS CINZAS
DAS CINZAS
Fui ferida pelo desprezo que lanças
Alma minha, amargurada, num caos
Sangrei, chorei, desfiz-me em trapos
Enterrada viva, sem mais esperanças
Negros dias, o sol vestido de luto
À cova talvez desça, porém hoje não!
A fênix apronta o vôo sideral na questão
No olhar do mocho há um mistério astuto
(Morre o sentir, só não matam o livre arbítrio)
Renascer do ser ferido nas fragas, rochas
Pedras atiradas no coração guerreiro
O amor é escudeiro, o querer altaneiro.
De cara lavada, corpo exalando alfazemas
Vou à reviravolta, e na trota deixo o atoleiro
Para ser mulher e afastar o fantasma agoureiro!