AMOR SAPIENS (Cena II)

AMOR SAPIENS

(Cena II)

Por mais que tentes abrir as janelas

de minha vida, não verás senão fragmentos

de antigas auroras no crepúsculo de mim...

Ou de estrelas cadentes que se removeram

da via-láctea de meu destino desdobrado

em direção a horizonte nenhum...

Tudo o que sabes de mim

é o que pensas que sabes de mim.

Se me tiras o que te não dou, tiras somente

aquilo com que ficas. E o que tiras não é o amor

que permanece como o eco sufocado

na garganta da montanha...

Não podes tirar-me esse amor andarilho

que vaga noite e dia no meu vasto coração.

Não podes tomá-lo de meu peito!

Eu sou parte da comunhão dos pássaros

que tu apenas sabes de algum tempo

e nada mais...

Eu sou o reencontro

e sou o desencontro

e sou aonde vais...

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 17/11/2008
Código do texto: T1289129
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