A caixa de papelão e os gatos
Observo seus passinhos,
Me divirto com seus pulos e botes,
Escuto seus ronronados, seus rugidinhos...
Antes da anarquia começar.
Dão-me ocasionais sustos,
Quando grande é o alarde...
"Brigas" se desenrolam até tarde,
Ou até carinhos começarem a trocar.
Percebo, então,
Que todo o pequeno mundo de meus gatos
Ganhou nova dimensão,
Devido a algo diferente na sala de estar.
Uma caixa de papelão,
Onde os gatos ficam a brincar
De esconde-esconde,
De armadilha,
De forte ou de "briga".
Conheço de trás pra frente a história,
Mas ela me intriga...
Afinal, a história da vida
Está sempre a se renovar.
E na caixa de papelão
Os gatos continuam a brincar...
Ora feito filhotinhos,
Ora irritados...
Até que todos,
Finalmente cansados,
Se esqueçam da caixa e se ponham a miar...
É hora de dar atenção,
De servir a ração,
De mimar os gatinhos...
Espalham-se então pelos sofás,
Entre satisfeitos miadinhos,
Pondo-se a dormitar...
Até para caixa de papelão
Outro gato voltar
E recomeçar outra hora de folguedos.
Me diverte a simplicidade de seus brinquedos...
A caixa de papelão é um forte,
Um abrigo,
Uma caverna...
Onde eles ficam em travessuras fraternas,
Até o sono os vencer
Ou a caixa se desmanchar.