QUASE ELEGIA
A tarde mansa caía
dos azuis pela amplidão,
e quanta tristeza havia
– tortura em meu coração.
Era o fim de um longo dia
a reclamar emoção,
e quanta mágoa sentia,
sentindo a tua omissão.
De mim longe, que fazia
o teu ser, e em que rincão,
àquelas horas do dia
– sentias saudade ou não?
Minha vida, de vazia,
soçobrada em solidão,
e, sempre, ao final do dia,
um mar de desolação.
E o silêncio, que nascia,
num crescendo, içou canção,
pois a esperança sorria
– teu vulto em meu coração.
Fort., 17/11/2008