O Egoísta
O Egoísta foi apresentado à vida
E sem hesitar disse ‘não’ ao mundo.
Sem dúvida, chegou para decidir.
Veio cavar o que já estava fundo.
O Egoísta fez do mundo um inferno
Distribuindo o ódio e o rancor.
Todos pararam e escutaram atentamente
A voz do homem sem dor.
O Egoísta levantou uma nação
E a conduziu para uma guerra milenar.
Parecia ter planejado tudo de antemão
Mas um fator, certamente, o iria incomodar.
O Egoísta deu passos largos
Mas não avistou o chão a pisar
Lentamente caminhou para o abismo
Achando, cegamente, que era um mar.
O Egoísta tentou separar o mundo
E esbarrou na antítese de sua indiferença
“Ainda não acabou”, disse otimista.
Mas esqueceu que todo mal tem sua sentença.
Visto que tudo tinha perdido,
O Egoísta tirou sua própria vida.
Covardia de sua parte, acredito.
Mas, felizmente, sua meta não foi cumprida.
O egoísta definiu uma ordem:
Antes dele, nada iria além.
O egoísta descobriu o sentido da vida
Mas preferiu não contar a ninguém.