7 sentidos

Existem num brilho

espasmos

a pintar,

no vazio de minhas

retinas tão frágeis,

orgasmos

e sensações

de descoberta de

uma mentira tão sincera.

Sou correto,

presente e linear

no meu erro.

Sou a incoerência

de palavras malditas

e não ditas

no momento

necessário.

Caminho

no caminho

que considero

e espero

ser o correto

para o que

penso ser

errado aos olhos

que me agridem

e que dilaceram

minhas vertigens.

Canto nomes

e pessoas.

Loucuras,

devaneios

de tão

cândidas

almas;

espectros no espelho

e passos

na calçada,

a esmagar

minhas mãos

no meio fio.

O que sinto

não é

o que sentes,

mas se assemelha

e confunde

olhares e palavras

caladas

pelas tarjas

e ordens,

outrora,

gritadas.

Estou livre,

completo

e contraditório.

Burro

e amante,

sou apenas

você ao contrário;

tudo que espero de

mim mesmo.

Vejo

em obra

desfocada

a cegueira

de nossos

pecados

inventados.

Falo

e degusto

nossas verdades

criadas

na essência

de nossa falsidade

alucinógena.

Cheiro

o que posso,

como o

cão caçador

e protetor

do inferno

em que vivemos.

Ouço vozes

de cânticos

religiosos

e fastidiosos

do latim

rasgado

e ferino.

Toco

tudo o que

percebo

e o que

me derruba

neste chão de

palavras esquecidas.

Volta e meia,

volto aos

sentidos

tão sentidos

que já

cortam

e dilatam

a estrada

e a linha

de meu

pobre cerebelo.

Não mais

escura

é a idéia

e a viril presença

de meu Ser

tão vivo

e íntimo

de você.

É um brilho

rasante e fugaz

que passa,

transcorre e

discorre

sobre

o que

finjo saber

e penso sentir.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 17/11/2008
Código do texto: T1288036
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