Corpo sem Alma

A vida entardece

sem esperança no alvorecer

Chora um coração angustiado

Morre uma ilusão perdida

No silêncio da dor guardo os segredos

Sigo as retas dos dias pálidos

Deparo-me com curvas

obtusas e sinuosas

Não consigo encontrar

a porta do tempo

Perdi-me nos estranhos

labirintos do hoje

Na escuridão dos medos

navego solitária

Diluida de mim

Sinto-me o ovo cósmico do

universo dos sonhos vazios

As retians nada fotografam

no olhar cego

Do outro lado da alma

o ser em desespero grita

O eco da noite trás uma resposta

nas asas do vento:

Vai! escravo da vida!

Esta será a tua triste sina

Ser um corpo sem alma

sem direito a beber na taça

dos doces desejos

As flores dos teus sonhos

já nasceram mortas!

22/06/2203

Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 24/04/2005
Código do texto: T12876