Palavras que nada dizem

Letras mortas, eis o que faço;

Aqui estão versos sobre o nada.

Talvez por temer demonstrar fracasso,

Ou por minh’alma não agüentar-se calada.

No mundo em que vivo, pouco é importante,

A riqueza, para o homem, é o único fim.

Percebo-me aqui como andarilho errante,

Como uma criança em um sonho ruim.

Pueril, eis o que é este momento,

Simplório, eis o que é o viver.

Insignificantes, são estas palavras ao vento,

Incoerentes, as linhas que estou a escrever.

Escrevo sobre o nada, pois mentirosa é a verdade;

A única realidade que conheço, é a abstração.

Eis o sentimento que agora me invade:

Do pouco que aprendi, grande parte é ilusão.