A Manhã
A Manhã
Pela manhã renascem as forças e a vontade,
A mesma, que se perde longe do teu olhar;
Vem a luz dar alento ao meu rosto descoberto,
Sentindo a pouca esperança, que podes estar perto,
Para o desfalecer perante a vista da rua fria,
Transformada na imensidão do deserto,
O mesmo deserto que me rouba o carinho e a companhia,
E os beijos, que são meus, e não os vejo em meu dia;
Passam as horas, e o desalento esmaga o peito de tanto que aperta,
Sorrindo apenas com a engenhosa tecnologia,
Que me leva à anestesia na curiosa descoberta.
Chega a escuridão e o desejo de te abraçar,
Vou espreitando a janela, ver se te vejo passar,
Em teu passo apressado e guerreiro,
Olhas-me de longe e deixas-me um beijo,
Que sabe a pouco para saciar tanta fome,
E acalmar a mente que de tanto lutar, mal dorme,
Repete-se o ritual, e procuro o conforto no vazio do meu lençol,
Apaga-se o mundo, mais um dia sem alegria, nem Sol!
Nenúfar 13/11/2008