O Rio de Prata

Olho pro infinito céu estrelado

Pra imensidão do universo

E vejo quão pequeno sou aqui sentado

Escrevendo a você tão meros versos

Além dos limites da Via Láctea

Alguém observa cada um dos meus atos

Focando tudo como um farol em luz-alta

Seria Deus? Ou Pedro vigiando os astros?

Procuro inutilmente conter o vazio

Que inunda-me igualmente sem fronteiras à impor

Coração vadio!

Insiste em conte-lo e amarga-lo, o amor

Volto os olhos ao rio de prata

Que cruza o meio do escuro vale

E a neblina brilhante espalhada

Como fumaça em água escaldante a fechar-se

Quase mística noite de lua

Como aquela em que nos conhecemos

Na tua também fria e escura rua

Universo de pedra em que nos perdemos

Devo voltar agora

Devaneios não são eternos

Sei que também não estará lá fora

E que ao chegar entrarei pela porta do inferno

Solidão lentamente a pairar

Meu Ser longe do teu

No terreno lunar

Em que meu pensamento se meteu

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 16/11/2008
Código do texto: T1286837
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