O Rio de Prata
Olho pro infinito céu estrelado
Pra imensidão do universo
E vejo quão pequeno sou aqui sentado
Escrevendo a você tão meros versos
Além dos limites da Via Láctea
Alguém observa cada um dos meus atos
Focando tudo como um farol em luz-alta
Seria Deus? Ou Pedro vigiando os astros?
Procuro inutilmente conter o vazio
Que inunda-me igualmente sem fronteiras à impor
Coração vadio!
Insiste em conte-lo e amarga-lo, o amor
Volto os olhos ao rio de prata
Que cruza o meio do escuro vale
E a neblina brilhante espalhada
Como fumaça em água escaldante a fechar-se
Quase mística noite de lua
Como aquela em que nos conhecemos
Na tua também fria e escura rua
Universo de pedra em que nos perdemos
Devo voltar agora
Devaneios não são eternos
Sei que também não estará lá fora
E que ao chegar entrarei pela porta do inferno
Solidão lentamente a pairar
Meu Ser longe do teu
No terreno lunar
Em que meu pensamento se meteu